Abaixo o texto de um jornalista que admiro muito. Hoje li o blog dele, e gostaria de compartilhar com os leitores:
Terça-feira, 17/06/2014, às 06:00, por André Trigueiro
Os caras vêm do outro lado do
mundo para ver a seleção japonesa disputar uma Copa no Brasil. Perdem o jogo de
estreia de virada para a Costa do Marfim e, para surpresa (talvez a expressão
mais correta seja perplexidade) dos brasileiros presentes na Arena Pernambuco -
e tantos outros torcedores de sabe lá quantas nacionalidades pelas redes
sociais -, resolvem, ao final da partida, espontaneamente, coletar o próprio
lixo no estádio.
Munidos de sacolas plásticas
azuis - levadas por eles para esse fim - os japoneses se esmeraram em deixar
impecavelmente limpas as partes do estádio ocupadas pela torcida nipônica.
Não foi uma ação de marketing,
flash mob ou exibicionismo barato.
Foi apenas a expressão de uma
cultura admirável, onde o senso comum indica o gerador do resíduo como o
principal responsável pela sua destinação final.
Em outras palavras: não importa
se a Arena Pernambuco dispõe de uma equipe de limpeza que deixará o estádio
limpo após a partida. Para quem veio da Terra do Sol Nascente, essa questão é
absolutamente irrelevante. Quem suja deve limpar. Simples assim.
Quantos de nós se surpreendeu com
esse gesto?
Quantos seríamos capazes de fazer
a mesma coisa, principalmente depois de uma derrota de virada na estreia da
Copa?
Foi um ippon moral.
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