Quem se dispuser a analisar a
trajetória do homem sobre a Terra, encontrará um imenso rastro de destruição,
provocado em sua grande parte por ele próprio. A desigualdade expõe milhões a
morrerem de fome, ao passo que centenas de criaturas privilegiadas pela
abundância esbajam alimentos. Também assistimos estarrecidos às estatísticas
que revelam o aumento do autocídio em classes sociais que, teoricamente,
apresentam boas condições de vida.
Os pesquisadores das áreas das
ciências Humanas e Sociais buscam as causas dessa violência destrutiva, que se
generalizou de tal forma que a vida ficou banalizada, sem a devida importância.
Talvez, o motivo disso tudo seja a elevada importância que a atual sociedade
depositava nos valores materialistas e consumistas, esquecendo-se um pouco de
outros existenciais não menos importantes.
Felizmente, esse quadro um
tanto pessimista reflete uma parte da humanidade e não sua totalidade. Uma
grande parcela busca uma nova forma de viver e de ser, coerente com uma
estrutura saudável de vida, enxergando-se e ao outro como seres integrais. Esta
forma de viver, hoje melhor compreendida e praticada, vem contemplando os diversos
aspectos do indivíduo: físico, moral, social e espiritual.
O ponto principal e ainda não
totalmente entendido e muito menos aceito pela humanidade é que “o homem é um ser espiritual”1
e sua existência depende da formação de valores elevados que o tornem equilibrado
e feliz, acrescentando-se que “só o amor
em qualquer circunstância consegue o milagre da renovação, da esperança e da legítima
saúde espiritual”2 .
Não foi essa a proposta de
Jesus? A Sua paz não é uma paz conquistada pela guerra. A paz do Cristo começa
dentro do coração do homem, a partir do cumprimento das Leis Divinas, da
compreensão do outro, do respeito que todos merecem e, acima de tudo, do
sentimento de verdadeira fraternidade e solidariedade que devem prevalecer
entre todos.
1 Danah Zahar e Ian Marshall, Inteligencia Espiritual, 2000
2 Joanna de Angelis/Divaldo Pereira Franco, Celeiro de
Bençãos.
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